Liberte-se
por Daniele Oliveira Kohn

Fujo...

Fujo sem destino.
Ele não precisa saber que ainda vivo
Não precisa mais de mim
 
Assim pensava ela enquanto lutava contra seu cansaço.
 
Fujo...
Fujo e não quero voltar.
Não sei aonde vou, só não volto para lá.
Não agüentaria
Fugiria novamente.
 
Ela parara e se virara.Ainda dava para vislumbrar o fogo que começara. Sim. Não se arrependia de ter jogado o carro que o marido às vezes usava contra a primeira coisa que vira na estrada. Agora distinguia que era uma árvore. É, fugir devia ser o certo a fazer. Procurou nos bolsos a carta. Sim a carta que mudaria sua vida. Pôs-se a lê-la novamente:
 
Venha...
Volte...
Volte no tempo
No tempo em que éramos felizes
Sabíamos que era impossível
Mas tentamos...
Venha...
Ainda há chance
Onde há chances, há esperança
 
Sim, ela tinha esperança de haver uma chance. Afinal ele não havia fugido? E ela. Ela também...
 
Venha...
Liberte-se de suas algemas
Volte...
Volte para mim
Eu não te esqueci
Sei que você também não
 
Verdade.Ela não se esquecera dele, mas o achava perdido para sempre. Mas ele fugiu. Ela também. Libertaram-se de suas algemas.
 
Não...
Não há mais passado
(Depois dele)
Não há vida antes da fuga
Agora é seguir fugindo.
 
Pensou ela. Em pouco tempo estaria de volta à felicidade. Estaria onde sempre quis estar, estaria em seus braços. Não importava que ele ainda estivesse sendo procurado. Ele a esperava. e ela ia ao seu encontro. Sim. Enfim seria feliz... 
 
 
(Fuga - Pensamentos de Narcisa)
(Venha, volte - Carta de Sirius)*
*Não estão na íntegra
 
 
Liberte-se ...

 

NOTA: Agradecendo à Daniele, que se identificou como autora desse trabalho.

Volta à Balada

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