Balada de Azkaban

Should I fall out of love, my fire in the night,
to chase a feather in the wind;
within the glow that weaves a cloak of delight
there moves a thread that has no end...

For many hours and days that pass ever soon,
the tides have caused the flame to dim.
At last the arm is straight, the hand to the loom.
Is this to end or just begin?

(Led Zeppelin - All My Love)

Esperei todos estes anos por você. Olhando pela janela, procurando alguma coisa que me fizesse acreditar que você estava vivo. Eu sabia que você estava em algum lugar em Azkaban - e só a pronúncia daquele nome me fazia chorar de medo.

Todas as noites, por treze anos, você assombrou meus pensamentos. Eu sabia que você não tinha cometido aquele crime. Quem era você, senão um homem enganado por aqueles em que você mais confiava? Um criminoso? Jamais acreditei nisso.

O homem que me tomou por esposa - assim eu fui forçada - me dizia que você era um perigo para a sociedade. Eu sei o que você é, você nunca foi um perigo para ninguém, a não ser para os corações mais ou menos fáceis de serem enganados, como o meu. Amei você por muito tempo, e você sempre soube disso - e mesmo sabendo do que seria o meu destino, você aceitou ficar comigo.

E hoje eu soube que você fugiu. Ah, se você soubesse como eu quis sair correndo daqui, só para te alcançar e esquecer o que aconteceu estes anos todos. Mas você nunca poderia saber. Quero dizer, como eu poderia lhe contar? Existe a vida, e tudo o que compartilhamos nela. E depois disso, não havia mais nada - não há mais nada. Como eu poderia ir ao seu encontro e deixar tudo o que fui para trás?

Agora eu sou uma senhora casada (que termo horroroso), mãe de um filho que, a rigor, não pertence mais a mim do que à família dele, um clã sanguinário - ele está sendo criado para ser mais um dos cavaleiros daquele bruxo cujo nome meus lábios jamais vão dizer. "Eles" nunca souberam do que houve entre nós dois. Temo por minha vida se eu contasse alguma coisa a eles, mais do que eles deveriam saber sobre mim...

Sim, eu sofro por estar longe de você, sofri por cada dia destes últimos treze anos. Penso no que poderíamos ter sido e não fomos, em tudo o que poderíamos ter construído juntos. Na família que poderíamos ter tido. E agora, por conta das circunstâncias que nos cercam, não podemos ter mais...

Me perdoe por ter acreditado neles, me perdoe por ter simplesmente ficado à margem dos acontecimentos, não ter impedido que eles lhe levassem. Eu simplesmente aceitei a minha sina, sem saber o que iria nos acontecer. E como eu poderia saber que você conseguiria fugir?

Desejaria muito que as marés do tempo não tivessem apagado o amor que eu senti por você, Sirius. Mas foi o que nos aconteceu, e isso jamais, jamais poderá ser mudado...

Volta ao índice